top of page

No Deserto

  • Foto do escritor: Patricia Morini
    Patricia Morini
  • 9 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Estive um bom tempo longe do blog, mas não foi por falta de tempo, preguiça ou falta de assunto. Diante de tantos acontecimentos, não estava encontrando palavras e nem ânimo para escrever, e sei, que isso não é bom.

Sem mais delongas, vamos para o principal.

Logo após meu tratamento pós cirúrgico, estava pronta para começar as tentativas de engravidar, então comecei fazer um monitoramento de ovulação no Hospital Unimed de Ribeirão Preto, são Ultrassons Transvaginal realizados logo após o término da menstruação, foram necessários 3 exames até saber o dia exato da ovulação. No primeiro dia do exame pude descobrir que meu ovário esquerdo estava novamente colado ao meu útero. Fiquei assustada no momento pois esse problema havia sido resolvido a 4 meses com a cirurgia, ou seja, a endometriose não dá folga :(

Ainda nesse exame foi constatado que a parede do endométrio estava muito fina e precisaria entrar com medicação para melhorar e aumentar as chances de engravidar. No 3° dia de exame tive bons resultados, ovulei super bem, tudo funcionou perfeitamente, tive reservas e a camada do endométrio estava excelente. Tudo estava perfeito pra eu conseguir meu positivo logo no primeiro mês de tentativa, estávamos ansiosos e animados. Tive todos os sintomas, enjoos, cólica, inchaço abdominal, dor de cabeça, dor na mama, enfim, só faltava a menstruação atrasar e foi exatamente o que aconteceu, atrasou 16 dias. Com tanto tempo de atraso fiz 2 testes de farmácia e um HCG pra ter certeza, mas infelizmente todos negativos. Ficamos arrasados, acho que eu mais que meu esposo.

Confesso que após essa frustração eu cai, cai no choro, na tristeza, no desânimo, no questionamento e frustração. É muito difícil ser forte o tempo todo, é difícil se manter de pé quando tudo parece estar caindo, é difícil tomar hormônios e ter muitos efeitos colaterais em vão.

As vezes questiono minha fé, se a perdi em algum momento, se está sufocada diante dos problemas, se esse deserto frio e vazio nunca vai acabar. Hoje para escrever tive que encontrar forças e coragem, pois é doloroso falar sobre coisas que tanto doem. Sou cristã mas sou humana, tenho falhas, as vezes medo ou tristeza, e isso é normal. Estou tentando olhar para o alto mas meus olhos não tem conseguido. Sinto que estou deprimida, coração apertado, talvez confusa, não sei direito o quê, mas mesmo assim não me esqueço de que Deus está cuidando de nós, de mim, de toda a situação seja ela qual for. As vezes me pego pensando se devo mesmo insistir tanto por algo que talvez não seja a vontade de Deus pra nós, se vale a pena tanto desgaste emocional e físico(por conta dos remédios). Mas mesmo estando fraca, cansada, triste, eu tento não me esquecer que Deus pode todas as coisas e de que é possível sim termos o nosso tão sonhado filho.

Um trecho de uma música diz: Tantas lutas, tantas dores, num deserto pareço estar, mas entrego meus temores, sei que em Ti Senhor posso confiar.

Quero trazer a memória, aquilo que me dá esperança. Quero trazer a memória, aquilo que me da esperança!

E nisso quero me apegar, nas coisas do alto, no descanso e na paz que Deus pode me proporcionar. Vamos em frente, não vamos desistir!


 
 
 

Opmerkingen


bottom of page